quarta-feira, 27 de julho de 2016

O DANADINHO...




Não sei se foi ontem
hoje, de ontem para hoje
ou 30 de fevereiro
nem me atrevo...

Vou logo adiantando
que escrevo com a caneta alcoólica
e de tinta dourada da Itaipava.

Que a literatura me perdoe
dei férias ao meu eu-lírico
escrevo com o eu-lúpulo
bato no peito embriagado e assumo
o que sóbria não diria
nem por tortura ou feitiçaria.

Ainda não sei ao certo
como se deu esse processo
aceitei ao convite perigoso
desses teus olhos acesos, fogosos
que de medo eu quase corro.

O que era para ser um tchau
foi o ponto inicial
quase deixei cair o queixo
quando você me pediu um beijo.

Nada disse, apenas sorri
numa porta que não abria  
mas também não fechava
deixei-me ser atacada
mas também ataquei
por legítima (in)defesa.

Num sofá nem meu e nem teu
mas circunstancialmente nosso
adverti que nada além poderia acontecer
porque o território não era nosso.

Foi complicado impor limite ao desejo
e tive vontade de rir
quando você me disse:
“Me algeme! 
está muito difícil controlar minhas mãos
se for para ficar nessa situação
vá embora dormir!”

Isso não seria nada justo
eu queria te sentir, danadinho!
Então resolvi fazer meus carinhos
para que você não precisasse ser algemado
lhe fiz alguns deliciosos agrados
até te cansar e dormirmos no sofá.

Em teu colo acordei
e antes do bom dia, pensei:
estou correndo um sério risco
me envolver com esses olhos
é um verdadeiro perigo!

Engana-se quem pensa que acabou por aí
na verdade, começou mesmo foi por aqui...
depois do sofá: céu, Sol, poema, mar
e se ele voltar, pra Marte, bem danada eu o irei levar!



OBS: Sempre temos pelo menos um amigo que sabe como arrancar coisas da gente com muita facilidade, não é mesmo? Seja um sorriso, um abraço, uma confissão. Eu tenho um amigo que vai muito além disso: Ele me arranca facilmente poemas! Rsrs. É muito comum ele se apropriar de alguns. Acontece da seguinte maneira: Ele lê meus versos, gosta e diz: "Esse é meu!". E eu acabo cedendo aos seus caprichos, porque acho o máximo essa "possessividade poética georgiana" que ele nutre pelos meus versos. É uma honra ter um poema "roubado" por essa criatura. Aconteceu isso (também) com esse texto em questão. George Gouveia acabou de publicar em meu Facebook: "Esse é meu!". Quem sou eu para discordar disso? Dedico com todo a admiração que nutro por esse grande amigo, "o poema danadinho". Sim, Geo: É teu! Te amo! <3



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